FórumCategoria: Fórum - Perguntas e RespostasDrex: a moeda digital brasileira criada pelo Banco Central
Jorge Campos Staff perguntou há 2 anos

Drex – Real Digital
 

 

 

 

Drex: BC esclarece principais dúvidas sobre moeda digital

11Agosto2023

Publicadoàs 10:26
Atualizado11/08 às 10:53

O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e financeiras que o brasileiro faz hoje. A seguir, reunimos mais informações sobre a chegada do Drex, que facilitará a vida do cidadão. Confira!

De cara nova e nome próprio, nosso projeto de moeda digital de banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC), em criação pelo Banco Central do Brasil (BC), agora se chama Drex. A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores. A seguir, esclarecemos algumas das principais dúvidas sobre o Drex, que está chegando para facilitar a vida dos brasileiros. 
 
O que é o Drex e como ele impactará o dia a dia dos brasileiros?
 
O Drex é uma nova representação do real, o dinheiro do nosso dia a dia. Essa nova representação será feita em uma plataforma com tecnologias que permitem a prestação de serviços financeiros de forma eficiente e democrática. Assim, o potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande, da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros. “O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e financeiras que fazemos hoje”, explica Maurício Moura, diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central.
 
Como vai funcionar uma transação com o Drex?
 
Citando a compra e venda de um carro, por exemplo, muitas vezes há um receio do vendedor de passar a propriedade do veículo sem receber o dinheiro antes e de o comprador pagar antes de ter a propriedade. “Com a função de programabilidade do Drex não importa quem vai fazer o primeiro movimento, pois o contrato só será concluído quando as duas coisas acontecerem. Assim, dinheiro e a propriedade serão transferidos de forma simultânea. Se uma das partes falhar, o montante pago e o carro voltam para seus respectivos donos”, exemplifica o diretor. “O Drex vai trazer mais rapidez, praticidade e menor custo para várias transações contratuais e financeiras que fazemos hoje”, completa Maurício. O Drex também poderá ser usado na compra de imóveis. Além disso, no futuro, poderão ser pagos benefícios sociais com a moeda digital. 
 
O que são smart contracts e como o Drex vai viabilizá-los?
 
Tecnologias de registros distribuídos (DLT, do inglês Distributed Ledger Tecnology), similares à blockchain, permitem a automação de transações financeiras empregando smart contracts, que nada mais são do que programas que rodam de forma segura em redes DLT. A atual fase de testes do Drex está sendo desenvolvida em Hyperledger Besu, que é uma DLT que incorpora smart contracts. Assim, a programabilidade através de smart contracts é uma parte fundamental da plataforma do Drex.
 
Por que o Banco Central esperou para anunciar o nome novo e não anunciou junto com o Piloto RD, lançado antes? 
 
Desde o início das discussões referentes à moeda digital de banco central brasileira, agora denominada Drex, a Diretoria do BC considerou importante dar um nome específico à iniciativa de modo a simplificar a comunicação – assim como ocorreu na maior parte dos países. O processo de desenvolvimento da marca Drex se iniciou em 2022, quando os principais aspectos do modelo da CBDC brasileira já haviam se tornado mais claros. O intuito desse desenvolvimento foi o de padronizar a comunicação a respeito da iniciativa da moeda digital de banco central brasileira, permitindo que toda a comunicação se concentrasse no uso de uma única marca. Essa padronização evita a necessidade de se empregar na comunicação com o público em geral termos técnicos – como real digital, real tokenizado, plataforma de liquidações inteligentes ou smart contracts – comumente usados na comunicação técnica da iniciativa, mas que dificultam a compreensão para a maior parte da população.
 
Sempre existiu a intenção de nomear o projeto de CBDC brasileiro? Ele teve como exemplo o Pix? 
 
O processo de ideação da marca Drex seguiu os moldes do desenvolvimento da marca Pix. Segundo o diretor Maurício, uma boa marca “ajuda no reconhecimento e na familiaridade com o produto”. Na marca Drex, por fim desenvolvida pelo BC, a combinação de letras forma uma palavra com sonoridade forte e moderna: “d” e “r” fazem alusão ao Real Digital; o “e” vem de eletrônico e o “x” passa a ideia de modernidade e de conexão, do uso de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT), tecnologia adotada para o Drex, dando continuidade à família de soluções do BC iniciada com o Pix. Além disso, o conceito visual do Drex, que se encaixa no contexto da agenda de modernização tocada pelo Banco Central, a Agenda BC#, tem como premissa a utilização de tipografia e elementos gráficos que remetem ao universo digital. Fazendo alusão a uma transação, as duas setas que se incluem no “d” têm relação com a evolução do Real para o ambiente digital, reforçando o atributo da agilidade, e o uso das cores, numa transição de azul para verde claro, passa a mensagem de “transação concluída”. 
 
O Drex deve se tornar popularizado como o Pix, por exemplo?
 
O Pix é um sucesso incontestável e difícil de igualar, mas o BC pretende usar as lições aprendidas com o Pix para fazer do Drex uma plataforma muito popular que possa ser parte do cotidiano das pessoas. “Desde o seu lançamento, o Pix logo foi incorporado como palavra corrente no dia a dia. Hoje todos falamos ‘fazer um Pix’. Em breve, também falaremos ‘usar um Drex'”, prevê o diretor.
 
O BC vai adotar Drex para toda sua comunicação a partir de agora? 
 
Sim. Drex é o nome oficial da moeda digital brasileira e será adotado em toda a comunicação do Banco Central referente a ele.
  
O Drex terá custo ao usuário? Como será feita essa cobrança? 
 
Eventual custo associado ao Drex estará relacionado ao serviço financeiro que for prestado pela instituição ofertante. Caberá à instituição definir o custo para o serviço ofertado, seguindo a regulação e considerando o ambiente competitivo, podendo mesmo ser gratuito ou significativamente inferior ao custo de serviço similar anterior à adoção do Drex. 
 
 
Mais informações referentes ao Drex estão disponíveis nos links a seguir:
 
LiveBC realizada em 7/8/23:
https://www.youtube.com/watch?v=253qlxanAK4
 
Nota à imprensa publicada em 7/8/23:
https://www.bcb.gov.br/detalhenoticia/17946/nota
 

Drex – Real Digital
 
As autoridades monetárias e organismos internacionais ao redor do mundo estão atentos ao crescente uso de transações financeiras com ativos digitais (“tokenização” de ativos) nos anos recentes. De fato, uma parte significativa de bancos centrais, que representam quase a totalidade do PIB mundial, está estudando, explorando ou testando sistemas para a emissão de moeda digital de banco central (Central Bank Digital Currency – CBDC em inglês), com propósitos e arranjos variados.
O Banco Central do Brasil (BC) vem desenvolvendo várias ações voltadas para a emissão em formato digital da moeda brasileira, originalmente chamada de Real Digital e, doravante, denominada Drex. A partir de resultados de um grupo de trabalho criado em agosto de 2020, o BC divulgou as diretrizes para o desenvolvimento do Drex (Diretrizes do Real Digital, maio de 2021). No segundo semestre do mesmo ano, o BC realizou a série de seminários virtuais (“webinários”) para discutir com a sociedade as potenciais aplicações do Drex.
Além disso, o BC conduziu, ao longo de 2022, uma análise detalhada de potenciais casos de uso do Drex, por meio do LIFT Challenge Real Digital, em parceria com a Fenasbac. Em 2023, como resultado das lições aprendidas com o LIFT Challenge, o BC revisou as diretrizes para o desenvolvimento do Drex em fevereiro e, a partir de março, iniciou os testes com uma plataforma-piloto para operações com a moeda digital soberana, o ‘Piloto Drex’, com duração prevista até fim de 2024.
Adicionalmente, o BCB realizou o Workshop “A tokenização das finanças: dos criptoativos às moedas digitais de bancos centrais”, em parceria com a Fenasbac em maio de 2023. Em julho de 2023, 16 grupos representativos do mercado financeiro começaram a ser incorporados aos testes do Drex.
Plataforma Drex
O BC busca promover a eficiência dos mercados financeiros e a inclusão financeira por meio da criação do Drex, cuja versão de varejo será provida por intermediário financeiro regulado. Na prática, a Plataforma Drex é um ecossistema de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology – DLT), no qual intermediários financeiros regulados converterão saldos de depósitos à vista e em moeda eletrônica em Drex, para que os seus clientes tenham o acesso a vários serviços financeiros inteligentes.
Assim, o Drex de varejo viabilizará o acesso da população a vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes liquidadas em Drex de atacado, emitido pelo BC dentro da Plataforma Drex.
Democratização financeira
Os serviços financeiros inteligentes, por serem automatizados, programáveis, padronizados e conduzidos de forma segura dentro da Plataforma Drex, abrirão espaço para novos provedores de serviços financeiros e novos modelos de negócios. Dessa forma, a criação do Drex reduzirá os custos de transações financeiras tradicionais e inovadoras, favorecendo, em última instância, a democratização financeira.

FONTE: site do Banco Central